OS INVESTIDORES COMEÇARAM A CHEGAR NO RIO GRANDE DO NORTE
Chineses estão interessados em investir no Rio Grande do Norte
Foi assinado na tarde da última quarta-feira (26) um termo de cooperação entre os governos do Rio Grande do Norte e da província de Henan, uma das mais importantes e populosas da China, na sede da Federação das Indústrias, em Natal. O documento designa as secretarias de estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (SEARA) e a de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) como as representantes do governo norte-rio-grandense perante os chineses e tem por objetivo o intercâmbio de informações e tecnologia entre os dois povos, inicialmente na geração de energia solar e eólica. A província de Henan detém tecnologia de ponta na fabricação de equipamentos nas áreas de energia solar e eólica.
Durante a reunião de trabalho entre os dois governos, a comitiva chinesa foi apresentada às potencialidades econômicas, culturais e turísticas do Rio Grande do Norte. Liu Huailian, vice-governador de Henan e chefe da delegação, ficou bastante satisfeito com o que viu. “O Rio Grande do Norte foi muito feliz ao priorizar a área de energias renováveis. Isso chamou a nossa atenção. Além disso, também queremos promover o intercâmbio em outros pontos, tais como saúde, educação e cultura, sempre pensando em ganhos mútuos para os dois povos”, afirmou o secretário de Indústria e Tecnologia da Informação de Henan, Lu Qinghai.
Para o secretário da SEARA, Paulo Henrique Macedo, a visita foi uma excelente oportunidade para discutir o projeto de produção de energia solar nas áreas de agricultura familiar do programa Crédito Fundiário. “A tecnologia chinesa em captação de energia solar é tida como eficiente e é até 50% mais barata que a média do mercado. Esse documento que assinamos hoje, essa troca amistosa de informações, pode abreviar o tempo que levaríamos para viabilizar a utilização de energia renovável nas áreas do Crédito Fundiário”, afirmou.
Energias renováveis são o combustível do futuro
A costumeira ausência prolongada de chuvas e o sol constante, que ilumina e esquenta com mais intensidade as regiões próximas à Linha do Equador, sempre foram apontados como um dos mais graves problemas para o desenvolvimento da agricultura no Nordeste. Hoje, no entanto, além de poder contribuir para a consolidação dessa atividade, essas mesmas características tornam a região bastante atraente à investidores de todo o mundo. Nesse cenário o Rio Grande do Norte têm obtido destaque especial nos últimos anos.
O petróleo, o principal combustível do mundo, é um recurso natural finito e de difícil reposição. As reservas mundiais do mineral, aliás, deverão se esgotar dentro de algumas décadas. Com ventos constantes em sua costa e sol forte o ano inteiro, especialmente em determinados pontos de seu interior, o RN tem um gigantesco potencial para a produção de energia elétrica limpa e renovável, exatamente o tipo que interessa para garantir um futuro tranquilo para a economia mundial. E o comprometimento do governo estadual com essa área dá ainda mais segurança para os investidores que, apenas no último leilão federal de compra de energia de reserva eólica, realizado em dezembro do ano passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), considerado um sucesso pelo governo federal, o maior número de contratos foi para empreendimento no Rio Grande do Norte.
Para que se tenha uma ideia da prioridade dada pelo governo à questão energética, em 2003 a capacidade instalada para a geração de energia elétrica no Rio Grande do Norte era zero. Hoje o Estado está às vésperas de se tornar autossuficiente, o que deve ocorrer até o final do ano com o início das operações de novos parques eólicos em Guamaré. A previsão é de que até 2012, com a instalação das novas usinas contratadas no leilão, o RN produza o dobro do que consome hoje, podendo vender o excedente.
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